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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Sinais

Não faço parte daquele grupo que reverencia o samba e seus bambas. Não gosto do carnaval. Não cultuo Chico Buarque, Caetano Veloso, nem Gilberto Gil (tambem não tenho nada contra). Não calço botas, nem uso chapéu de cowboy, nem monto qualquer animal. Não consigo levar a sério uma única idéia que seja da esquerda. Estou, segundo um amigo, totalmente fora daquilo que se considera o brasileiro padrão. Pelo menos daquilo que a propaganda oficial e a mídia em geral tenta impor como padrão.


E como o marketing ganhou importância hoje em dia. Em alguns casos tem-se a impressão de que é mais importante "atingir o público alvo" do que estar sendo correto ou agindo como manda a lei. Acho que os oito anos de governo Lula embasam o que digo. 


Infelizmente, de forma sempre trágica, a realidade destroça aquilo que foi criado em estúdios e escritórios de publicidade.

Não sou especialista em nenhum assunto, mas não deixo de ler o que se noticia, nem de observar os fatos e acontecimentos. Alguns sinais dizem muito.

Já disse, em outras oportunidades, que a imagem de Dilma Rousseff se confraternizando, na cerimônia de posse, com José Dirceu, Fernando Collor e Erenice Guerra, são suficientes, na minha opinião, para desmentir qualquer afirmação dela sobre promover o combate a corrupção. Muitas explicações ainda são devidas à sociedade sobre o caso de Erenice Guerra e elas não foram dadas. Pior. Estão começando a cair no esquecimento.

A sabujice explícita, tanto de Dilma quanto do governador Sergio Cabral, na entrevista sobre a tragédia na região serrana do Rio, onde sem constrangimentos, celebraram Lula, o PAC e os demais programas fantasiosos do governo federal tambem deixam uma péssima impressão. Sobre mortos e destruição, não hesitaram em fazer propaganda. 

A barganha de cargos no governo se estende da forma mais repugnante possível, Tanto que Antonio Palloci acabou incumbido de ajudar Luis Sergio, das Relações Institucionais. Um incômodo que a pessoa que dá credibilidade e estabilidade ao governo seja aquele que, flagrado em situações suspeitas, usou do seu poder e influência contra um cidadão comum para encerrar o assunto. 


A frase do deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da força, publicada numa matéria da Folha de São Paulo, diz praticamente tudo sobre os entendimentos entre o governo e os partidos aliados: "Na campanha levei quatro processos e tive de pagar R$ 25 mil de multa para o Serra, tudo em defesa da Dilma. E agora não tem nem muito obrigado?"

O incômodo é que frases como esta, ditas sem constrangimento, vão lentamente diluindo a percepção do certo e do errado, levando gradativamente o cidadão desavisado a entender que não há mal nenhum onde há mal demais, quase levando à uma completa inversão de valores.