Em alguns posts recentes, voltei a tratar da questão da mentira, especialmente daquele tipo sutil, muito usada por Lula e alguns comparsas, para confundir a platéia, subverter alguns valores e algumas percepções.
A participação em algumas redes sociais, particularmente o Twitter, nos propicia uma visão interessante dos acontecimentos. Ali sim é possível perceber o que significa a expressão "em tempo real": poucos minutos após a divulgação de alguma notícia, vemos a profusão de exclamações a respeito do assunto.
Assim foi com a divulgação da decisão de Lula sobre o terrorista de esquerda e assassino condenado Cesare Battisti. Assim foi com o anúncio de cada novo (velho) ministro do novo (velho) governo. Assim foi com as primeiras notícias sobre a tragédia na região serrana do Rio.
Infelizmente, através desta observação do comportamento das pessoas, nas redes sociais e também nas relações comuns do cotidiano, constata-se uma visão geral equivocada, por boa parte da população, do papel da imprensa, e tambem sobre alguns direitos e deveres.
Presenciei cobranças severas, por parte de leitores a jornalistas, sobre fatos e notícias dos quais aparentemente pouco se sabia. Algumas pessoas se apressam em criticar ou até mesmo censurar a imprensa por divulgar notícias e matérias envolvendo assuntos fúteis, quando o mundo parece estar acabando. Estas mesmas, se omitem completamente diante de um deputado ou senador pego em flagrante delito.
O entendimento de que a imprensa tem a obrigação de divulgar os fatos, agradem ou não a quem quer que seja, parece não ser comum, e a interação diária com as pessoas evidencia isto cada vez mais. Este tipo de censura, baseada na opinião e preferência pessoal interessa apenas àqueles que de alguma forma compactuam com o autoritarismo. Este comportamento vem se intensificando com as pequenas mentiras diárias, propaladas sorrateiramente. Chega a assustar a quantidade de mensagens no Twitter de pessoas mandando os meios de comunicação se calarem ou fazerem corretamente o seu trabalho. Mas o que significa fazer corretamente o seu trabalho, no que se refere a imprensa?
A batalha empreendida por muitos jornalistas, articulistas, professores, blogueiros e demais cidadãos preocupados com a nossa liberdade de expressão, nos últimos anos, diante do avanço autoritário do governo federal, foi heróica e louvável e o ânimo não deve arrefecer. Mas temos que atentar também para as pequenas afrontas que são praticadas diariamente contra este direito sagrado. A mais temível é esta ação de induzir o cidadão, por meio de pequenas e aparentemente inofensivas mentiras, a questionar tudo e censurar de imediato os meios de comunicação, desqualificando a fonte da informação. O ideal é muito simples: se não é do seu interesse, não leia, não assista, não ouça...é esta ideia que deve prevalecer.