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sábado, 29 de janeiro de 2011

Não preciso responder.

Numa análise simplista, a democracia pressupõe espaço e igualdade para todos; a aceitabilidade do contraditório, do divergente, e estabelece o diálogo e o respeito como ferramentas para administrar este conflito. Estabelece também o espaço físico, e agora também virtual, tecnológicamente falando, como limites.

Já falei várias vezes de como a esquerda não aceita, não pratica e não respeita estes preceitos. Mas sempre achei, e acredito que muitos também o acham, que isto se dava por simples ignorância mesmo; que se tratava de algo a ser explicado à eles e que, isto feito, poderia-se dialogar dentro das regras do jogo.

Pois bem. Acho que eu sempre estive equivocado a este respeito. Não. Eles não ignoram nada. O problema é que não aceitam mesmo, pura e simplesmente.

A visão radicalmente maniqueísta que eles tem do mundo e da sociedade não se baseia na ignorância; é uma visão mesmo, sólida e impenetrável. Eles realmente acreditam que a sociedade se divide em dois: eles e os outros (nós). E que os outros (nós) devem ser combatidos e se possível eliminados, nunca respeitados. Quando o Lula se referiu ao seu desejo de "extirpar o DEM da política" (sic) eu achei que era apenas jogo de cena, provocação barata e infantil. Da mesma forma, quando ele disse, em 2008 na ocasião do estouro da crise global,  que aquela crise havia sido provocada por "esta gente branca de olhos azuis" (sic).

Talvez ele, Lula, dado sua extrema esperteza e malandragem, realmente não leve a sério estas frases descabidas, apesar de tê-las dito. Mas a sua militância sim. E esta militância (sinônimo de estupidez coletiva) não se acanha, e ataca quem se opõe à eles sem comedimento, da forma mais irracional possível. 

Postei no Twitter recentemente que Lula era o resultado da cultura que sempre privilegiou a esperteza e a malandragem sobre a inteligência e a capacidade de realização. Que sua eleição para presidente representava a coroação desta cultura. Levando em consideração que ele conseguiu eleger Dilma Rousseff, uma fraude em todo e qualquer sentido que este termo possa ser aplicado à uma pessoa, e que a oposição permanece inerte e serena diante dos descalabros que vem ocorrendo, é evidente que esta cultura está longe de ser superada.

Toquei neste assunto, porque nesta semana, ainda dentro do ambiente virtual do Twitter, tratei com um amigo sobre a questão da verba destinada, em 2011, à publicidade do governo, R$ 622 milhões, excetuando as estatais. Considerei uma afronta à população, posto que para amenizar os efeitos da tragédia da região serrana do Rio foi disponibilizado (ainda não liberado) R$ 700 milhões; para ficar num exemplo só. Pois a militância petista se sentiu no direito de me atacar por expressar minha opinião, usando o característico argumento canalha de justificar o desmando petista pelo desmando tucano, como se isto fosse aceitável. Novamente a visão maniqueísta. 

Os tuítes estão devidamente guardados, mas não vou publicá-los. Primeiro para preservar outra pessoa que foi envolvida. E segundo porque não me sinto na obrigação de responder, dado que é exatamente isto que eles querem: exposição. continuo com minha opinião e continuarei expondo-a, incomode quem incomodar, é meu direito. Sobre as provocações petistas, não ligo, sempre gostei de apreciar os animais no zoológico.