Páginas

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Manifesto em Defesa da Democracia

Assine o Manifesto em Defesa da Democracia, clique no link abaixo:

Manifesto em Defesa da Democracia

Pela importância para a sociedade segue a transcrição integral do texto e ao fim, outro link para a página original.

Manifesto em Defesa da Democracia

Numa democracia, nenhum dos Poderes é soberano. Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo.
Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime democrático. Hoje, no Brasil, inconformados com a democracia representativa se organizam no governo para solapar o regime democrático.
É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressão a direitos individuais.
É inaceitável que militantes partidários tenham convertido órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em centros de produção de dossiês contra adversários políticos.
É lamentável que o Presidente esconda no governo que vemos o governo que não vemos, no qual as relações de compadrio e da fisiologia, quando não escandalosamente familiares, arbitram os altos interesses do país, negando-se a qualquer controle.
É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais em valorizar a honestidade.
É constrangedor que o Presidente não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte e quatro horas do dia. Não há “depois do expediente” para um Chefe de Estado. É constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem de Estado do homem de partido, pondo-se a aviltar os seus adversários políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo, numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da máquina oficial em favor de uma candidatura. Ele não vê no “outro” um adversário que deve ser vencido segundo regras, mas um inimigo que tem de ser eliminado.
É aviltante que o governo estimule e financie a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa, propondo mecanismos autoritários de submissão de jornalistas e de empresas de comunicação às determinações de um partido político e de seus interesses.
É repugnante que essa mesma máquina oficial de publicidade tenha sido mobilizada para reescrever a História, procurando desmerecer o trabalho de brasileiros e brasileiras que construíram as bases da estabilidade econômica e política, que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo.
É um insulto à República que o Poder Legislativo seja tratado como mera extensão do Executivo, explicitando o intento de encabrestar o Senado. É deplorável que o mesmo Presidente lamente publicamente o fato de ter de se submeter às decisões do Poder Judiciário.
Cumpre-nos, pois, combater essa visão regressiva do processo político, que supõe que o poder conquistado nas urnas ou a popularidade de um líder lhe conferem licença para ignorar a Constituição e as leis. Propomos uma firme mobilização em favor de sua preservação, repudiando a ação daqueles que hoje usam de subterfúgios para solapá-las. É preciso brecar essa marcha para o autoritarismo.
Brasileiros erguem sua voz em defesa da Constituição, das instituições e da legalidade.
Não precisamos de soberanos com pretensões paternas, mas de democratas convictos.

sábado, 11 de setembro de 2010

Quanta passividade...

Continua em pauta, de formas variadas e com análises díspares, a questão do quanto a popularidade de Lula serve como anuência às suas sandices. Seu partido e os demais que compõe a base do seu governo continuam infringindo as leis impunimente. O judiciário parece não ver, não querer ver ou qualquer outra coisa pior, pois no máximo, vemos reações da sua parte no sentido de minimizar a gravidade dos fatos, quando não envereda para a enrolação, como a fala do Procurador Geral da República, Roberto Gurgel sobre os casos envolvendo a Receita. 

Nesta última semana, em virtude da conduta estapafúrdia do cidadão que ocupa o cargo de presidente, de abandonar o emprego e se entregar de corpo e alma à campanha de seu monstro, levou a parcela realmente isenta e independente da imprensa e parte da oposição, aquela que ainda tem um pouco de coragem, de se lavantar e questionar. É pouco. Muito pouco.

Continuamos não vendo a oposição. Lula já escancara, sem nenhum tipo de constrangimento (pois discernimento ele não possui) que trabalha para uniformizar e unificar a política no Brasil. Não quer oposição para sua escolhida. E através de mentiras e trapaças convence a população de que isto é correto. Roberto Pompeu de Toledo, em sua coluna na revista VEJA da semana passada, escreveu que "não há democracia sem  os polos opostos da situação e da oposição". Hoje no Brasil, não temos oposição. Pelo menos eu não a enxergo.

Lula brinca com o entendimento da população em geral sobre os fatos e versões do cotidiano. Chama os crimes cometidos pelos seus de "erros", minimizando a gravidade do ocorrido e ao mesmo tempo passando aos ouvintes a impressão do paizão compreensivo, que pondera e perdôa. Trata a oposição como um estorvo, um empecilho aos seus projetos de beneficiar os pobres, passando a estes a idéia de que é culpa da mesma os seus fracassos (e como já disse aqui o povão compra esta estupidez). Faz isto e muito mais tranquilamente, sem que seja perturbado ou questionado.

É preciso separar as coisas, colocá-las no seu devido lugar. É inadmissível ver supostos analistas políticos tentando justificar afrontas às leis e à constituição com o crescimento econômico. É a malhada tática da cortina de fumaça, que polui a maioria dos textos que são possíveis de se ler na imprensa. A estabilidade e o crescimento econômico se baseiam em fatores e medidas que vêm sendo cultivadas e implantadas desde o começo da década de '90 e principalmente ao Plano Real e à política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso e praticada até hoje pelo atual governo. Não é mérito de Lula, e menos ainda serve como desculpa, para escândalos como o Mensalão e as violações de sigilo dentro da Receita Federal. Este avanço econômico, muito menos ainda, serve como desculpa para as reiteradas e insistentes tentativas do governo de controlar e amordaçar a imprensa e a liberdade de expressão ou para outras investidas totalitárias  e autoritárias como a bizarra campanha, coroada com um plebiscito ridículo, pelo desarmamento da população.

É lógico que o único remédio para isto é a educação, que leva as pessoas a pensarem por si próprias e ponderar sobre fatos, não sobre factóides (como os petistas gostam deste termo). Porém esta não é nossa realidade, e a julgar pela disposição do governo, que se omitiu completamente no que diz respeito aos investimentos em infraestrutura e necessidades básicas da população, não será nem daqui há algumas décadas. Portanto a sociedade (aqueles que possuem capacidade de compreensão, as repudiadas "elites") não pode permanecer extasiada, perplexa e intimidada em confrontar, nos meios possíveis, as mentiras propagadas pelo governo e pelo presidente, porque este é extremamente popular.

De alguma maneira este entendimento ou comportamento, tanto faz, precisa ser combatido, pelo bem da democracia. Alguns poucos e corajosos jornalistas têm denunciado incansavelmente, tanto os desmandos e crimes do governo, como a patrulha  constrangedora dos seus simpatizantes e militantes a todos que ousam pensar diferente. Mas é muito pouco. Precisamos de mais. Não se pode viver com medo de dizer a verdade. Ou será que o PT conseguirá comprar, submeter e calar um país inteiro?

sábado, 4 de setembro de 2010

Mudando um pouco de assunto: Wes Montgomery

Não me recordo a primeira vez que ouvi falar em Wes Montgomery, apenas que achei o nome engraçado. Em seguida um amigo, tambem guitarrista amador, comentou que ele tinha um jeito diferente de tocar, peculiar, que usava o dedão da mão direita para tocar as cordas da guitarra, sem palheta, e que costumava apoiar praticamente 3 dedos da mesma mão no corpo da guitarra para ter firmeza.

Não entendi muito bem o que meu amigo quis dizer, apenas tentei visualizar o que ele havia descrito e tentei fazer daquela forma. Foi uma tragédia. Fiquei com a mão dura, sem mobilidade, não conseguia tocar. Havia aprendido do jeito convencional, com paleta. E olha que eu tenho a peculiaridade de apoiar o dedinho da mão direita para ter firmeza na palhetada, coisa que foi criticada por incontáveis colegas. Imagina então tocar apoiando praticamente a mão inteira. Pois Wes tocava assim e era simplesmente fenomenal, inigualável!



Deixei de perder tempo imaginando, e fui atrás de conhecer a música por trás do nome, e foi algo que mudou meu jeito e ver a música em si e o instrumento que eu mais tocava (há pelo menos 10 anos não encosto em nenhum instrumento para tocar absolutamente nada).

Wes tocava quase sempre sorrindo, demonstrando alegria e satisfação naquilo que fazia. Além da fluência incomum que possuía no fraseado característico do jazz, em improvisos impossíveis, tinha uma caracterísitca única de usar oitavas e acordes em bloco no meio dos solos, dando "corpo" e "alma" às melodias. Só ouvindo para entender e, uma vez entendendo, é praticamente impossível não se apaixonar por sua música!



Wes Montgomery foi um músico único. Auto-didata tardio, começou a tocar apenas aos 19 anos, influenciado pelo mestre Charlie Christian. Nascido em 6 de Março de 1925 e falecido precocemente aos 43 anos em 1968, deixou uma obra invejável em sua curta carreira,  e se tornou referência para qualquer um que queira se aventurar pelo Jazz e pelo universo das seis cordas.

O vídeo abaixo é de "Round Midnight", um clássico, mas é possível encontrar vários outros vídeos de Wes no YouTube e outros canais na internet.





Fica aqui a recomendação para aqueles que não conhecem e quiserem ouvir um músico insubstituível!

Enganação, pura e sem vergonha.

Um certo entendimento, que vem sendo sutilmente (para não dizer maliciosamente) aceito por muita gente ultimamente, inclusive por parte da imprensa, e que deveria ser repudiado é o de que a popularidade de Lula dá à este, anuência para dizer qualquer bobagem que lhe venha a mente, ou até mesmo violar as leis e a constituição. Os últimos comentários proferidos pelo presidente, em ato oficial, nesta semana no Rio Grande do Sul,  sobre a violação do sigilo fiscal da filha de José Serra ilustram bem o que estou dizendo.

Há oito anos, quase completos, Lula vem se utilizando de um expediente ridículo, porém eficaz, para disfarçar e enganar aquela parcela da população que tem pouca ou nenhuma capacidade de discernimento: a cada crime cometido pelo seu partido e seus aliados, ele corre em defesa (quando a imprensa que ainda não foi comprada ou domesticada o indaga a respeito) dizendo que se alguém cometeu algum "ERRO", deverá ser investigado e punido. Isto quando não minimiza imediatamente a ocorrência e, bancando o juiz, dá o caso por encerrado, como fez com o caso da filha de Serra, ao classificar o episódio como uma "futrica menor". Mas não se trata de "futrica" e sim de CRIME!

Parece bobagem, e muitos mais esclarecidos e independentes (leia "sem o rabo preso") dirão que é mesmo, pois trata-se de uma tremenda falta de vergonha. Troca-se um termo por outro e muda-se completametne o significado da questão; a maioria "compra" a idéia e fica por isto mesmo. Daqueles que conseguem entender o embuste, e deveriam por isto, cobrar uma postura ou declaração séria sobre o assunto, desmontando a enganação, a maioria se cala, por ter interesses conflitantes, comodismo ou medo de confrontar aquele que carrega uma aprovação popular como nunca se viu. Volto a dizer o que eu já disse em outros artigos: as coisas são o que são e tem nome, não importa o quanto isto incomode. Da imbecilidade do comportamento "politicamente correto" estamos rumando para a enganação e mentira puras, o que mais cedo ou mais tarde trará sérias consequências para a sociedade.

A Receita Federal deveria ser um exemplo de administração eficiente e eficaz, em todos os níveis, um norte, uma referência de competência, tecnologia e metodologia. Pois conseguiram desmoralizá-la e transformá-la em piada. Até teria alguma graça, se não fosse criminoso.

No episódio do mensalão, o PT providenciou uma entrevista fajuta, com uma repórter de mentira, onde Lula deu ao crime do caixa dois, o status de artfício normal e aceitável, principalmente quando se trata de campanha política.

A popularidade de Lula (para aqueles que acreditam nela) não pode servir de desculpa para o fato de que ele, seu partido e os demais da base alugada (como diz Augusto Nunes) cometem CRIMES! Não adianta trocar o termo, tentar enganar e chamar de "erro". Crime é crime e ponto. As coisas são o que são e tem nome, não importa o quanto isto incomode!