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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Lula decide pela permanência de Cesare Battisti no Brasil - politica - Estadao.com.br

Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo. Para acessar o original basta clicar no título.

Presidente acatou argumento da AGU, que usando um artigo do Tratado de Extradição entre Brasília e Itália, avaliou que extradição colocava a vida do ex-ativista em risco de perseguição e até de morte
31 de dezembro de 2010 | 10h 35


Felipe Recondo - O Estado de S.Paulo
O presidente da República acaba de decidir, depois de uma reunião, nesta sexta-feira, com o Advogado Geral da União, Luis Inácio Adams, que o ex-ativista Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos na década de 70, vai continuar no País, não sendo, portanto, extraditado para a Itália.
Veja também:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acatou o argumento da AGU, que, usando um artigo do Tratado de Extradição entre Brasília e Itália, avaliou que a extradição de Battisti colocava a vida do ex-ativista em risco de perseguição e até de morte.
Battisti foi condenado a prisão perpétua na Itália em 1987 por quatro assassinatos promovidos pela organização Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Preso na Penitenciária da Papuda desde março de 2007, aguardava uma decisão do presidente sobre sua extradição. Lula não queria deixar o caso para ser resolvido pela futura presidente Dilma Rousseff.
Lula recebeu na última quinta-feira, 30, a recomendação expressa da Advocacia-Geral da União (AGU) para que negasse a extradição do ex-ativista para a Itália. A AGU alegou que o tratado de extradição entre o Brasil e a Itália dá espaço para o presidente manter Battisti no País, independentemente da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de autorizar a extradição de Battisti.
A decisão sobre a liberdade de Battisti, conforme entendimento da AGU, dependerá novamente do STF. O presidente do tribunal e relator do processo de extradição, Cezar Peluso, que está de plantão, deverá analisar o pedido. Mas já adiantou que poderá esperar a volta dos ministros do recesso, em fevereiro, para decidir.
Além disso, nada impede que o governo da Itália volte a contestar a decisão do governo. Da primeira vez, os italianos contestaram a decisão do Ministério da Justiça de reconhecer o status de refugiado de Cesare Battisti. O STF reconheceu a ilegalidade do ato e autorizou a extradição.
Agora, num eventual processo, os advogados da Itália poderiam argumentar que a decisão do presidente viola o tratado de extradição. A possibilidade de um novo capítulo desse caso já foi aventada pelos ministros Gilmar Mendes e Peluso.

Na reta final de governo Lula, máquina pública eleva gastos - Brasil - Notícia - VEJA.com

Matéria publicada originalmente no site de Veja. Para acessar o original, basta clicar no link abaixo:

Na reta final de governo Lula, máquina pública eleva gastos - Brasil - Notícia - VEJA.com


Planalto

Na reta final de governo Lula, máquina pública eleva gastos

No apagar das luzes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a máquina governamental acelerou os gastos. O volume de empenhos, que correspondem à primeira etapa de uma despesa federal e são uma espécie de reserva de dinheiro para pagar uma determinada mercadoria ou serviço, alcançou 10,093 bilhões de reais no mês de dezembro, até o dia 27, segundo levantamento da organização não governamental (ONG) Contas Abertas.

O valor, recorde para o ano, se refere apenas aos recursos relacionados a investimentos. O total em 2010, nesse dado parcial, já é o maior da década em termos nominais: 50,307 bilhões de reais. Essas cifras tendem a aumentar até a meia-noite desta sexta-feira. Os empenhos de dezembro de 2010 superam os 6,369 bilhões de reais do mesmo mês em 2009 ou os 4,801 bilhões de reais do fim de 2008. Na última década, só o ano de 2007 registrou um volume maior de gastos de última hora: 15,987 bilhões de reais.

O "festival de empenhos" no fechamento de cada ano já faz parte do calendário de Brasília. A correria se dá porque a verba que não passa por esse processo em um ano não pode ser aproveitada no ano seguinte. Uma vez empenhado, porém, o recurso se transforma em "restos a pagar" na virada do ano. Assim, ele pode ser utilizado em 2011 ou até depois.

"Esse açodamento é ruim porque a tendência desses gastos de última hora é ser de má qualidade", afirma o coordenador da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco. "Compra-se o que está na prateleira", completa. Um dos motivos da concentração de empenhos no fim do ano é a forma como o Orçamento Geral da União é administrado.

Como ele normalmente sai do Congresso Nacional prevendo gastos num valor acima do que o governo acredita que terá de receitas, é feito um bloqueio de despesas (contingenciamento) para garantir o equilíbrio das contas. O dinheiro é liberado aos poucos ao longo do ano e, nos últimos meses, uma vez confirmado que a arrecadação ficou acima do que era previsto pelo governo, ocorre um descontingenciamento maior. Os ministérios, então, precisam correr para iniciar o processo de gasto desses recursos, que começa justamente com o empenho.
(Com Agência Estado)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Instituto Millenium » A ditadura do politicamente correto

Excelente texto, originalmente publicado no site do Instituto Millenium. Para acessar o post original, basta clicar no título abaixo:

Instituto Millenium » A ditadura do politicamente correto


A ditadura do politicamente correto

dezembro 29, 2010
Autor: Rodrigo Constantino
pequeno normal grande
Rodrigo Constantino - Instituto Millenium
“A unanimidade é burra.” (Nelson Rodrigues)
Ninguém insiste tanto na conformidade como aqueles que advogam “diversidade”. Sob o manto de um discurso progressista jaz muitas vezes um autoritarismo típico de pessoas que gostariam, no fundo, de um mundo uniforme, onde todos rezam o mesmo credo. A Utopia de More, a Cidade do Sol de Campanella, a República platônica, enfim, “um mundo melhor é possível”. Se ao menos todos abandonassem o egoísmo, a ganância, e se tornassem almas conscientes e engajadas…
Mesmo se for preciso “forçar o indivíduo a ser livre”, como defendeu Rousseau, esse parece um preço aceitável a se pagar pelo sonhado “progresso”. Foi com base nesta mentalidade que milhões de inocentes foram sacrificados no altar de ideologias coletivistas. Atualmente, os “progressistas” buscaram refúgio em novas seitas, mas a meta continua a mesma: “purificar” a humanidade e criar um paraíso terrestre onde todos serão igualmente “felizes” e
“saudáveis”.
A obsessão pela saúde e pela felicidade, assim como a ditadura do politicamente correto são claramente sintomas da modernidade. Vivemos na era da covardia, onde poucos têm coragem de se levantar contra o rebanho. Estamos sob o controle dos eufemismos, com a linguagem sendo obliterada para proteger os mais “sensíveis”. Todos são “especiais”, o mesmo que dizer que ninguém o é. Chegamos à era do conformismo: ninguém pode desviar do padrão definido, pois as diferenças incomodam muito. Todos devem adotar a mesma cartilha “livre de preconceitos”.
Até mesmo o Papai Noel já foi vítima desta obtusa mentalidade. A obesidade é um problema de saúde preocupante no mundo. Um dos culpados? Sim, o Papai Noel. Um médico australiano chegou a afirmar que Papai Noel é um “pária da saúde pública”, e seria melhor se ele fosse retratado sem aquela “pança”, sua marca registrada. Afinal, o bom velhinho é um ícone da garotada, e no mundo atual não fica bem um barrigão daqueles influenciando as crianças. Papai Noel “sarado”, eis um típico sinal dos tempos.
Qualquer pessoa com mais de 30 anos deve recordar daqueles cigarros de chocolate que as crianças adoravam no passado. Isso seria impensável hoje em dia. Chocolate, e ainda por cima em forma de cigarro? Seria politicamente incorreto demais para o mundo moderno. Diriam que as crianças vulneráveis seriam fumantes compulsivas, tal como acusam filmes e jogos violentos pela violência.
Pensar na possibilidade de que os próprios pais devem educar seus filhos, impondo limites e dizendo “não”, parece algo estranho demais para os engenheiros sociais da atualidade. As “crianças mimadas”, os adultos modernos, preferem delegar a função ao governo, que será responsável pela “pureza” das propagandas. Quem precisa de liberdade de escolha quando se tem o governo para controlar nossas vidas?
Parte importante da liberdade é o direito de cada um ir para o “inferno” à sua maneira. O alimento de um pode ser o veneno do outro. Esta variabilidade humana nos impõe a necessidade da liberdade individual e da tolerância. Ninguém sabe qual o desejo do outro. Infelizmente, estamos vivendo cada vez mais sob a ditadura da maioria. O paraíso idealizado pelos “progressistas” seria um mundo com tudo reciclado, pessoas vestindo roupas iguais, comendo apenas alimentos orgânicos, e andando de bicicleta para cima e para baixo. Paradoxalmente, os “progressistas” odeiam o progresso!
É neste preocupante contexto que chegamos ao fim de mais uma década. Ao longo do processo, alguns indivíduos ousaram remar contra a maré, mesmo que não passassem de vozes isoladas em meio às multidões. Entre os brasileiros, tivemos figuras como Paulo Francis e Nelson Rodrigues, sempre lutando contra a imposição dos medíocres, derrubando os velhos chavões populistas. Seguindo esta tradição, o filósofo Luiz Felipe Pondé lançou novo livro, “Contra um mundo melhor”, que pode ser visto como um antídoto amargo a esta doença moderna.
A frase que abre o primeiro ensaio já dá o tom da obra: “Detesto a vida perfeita.” Pondé liga sua metralhadora giratória contra todas as mais nobres bandeiras politicamente corretas, desnudando-as e expondo sua hipocrisia. Numa época em que o homem é praticamente obrigado a ser “feliz”, ainda que seja à base de Prozac, os ataques mal-humorados de Pondé servem para alertar sobre os enormes perigos desta trajetória, tal como Huxley havia feito com seu “Admirável mundo novo”.
Que saibamos desconfiar mais da cruzada moral dos “progressistas” e sua retórica politicamente correta. São meus votos para 2011.

Dívida líquida do setor público corresponde a 40,1% do PIB | Valor Online

Post originalmente publicado no site Valor Online, nesta quarta-feira. Para o texto original, clique no link abaixo:


Dívida líquida do setor público corresponde a 40,1% do PIB | Valor Online


Azelma Rodrigues | Valor
29/12/2010 10:53


BRASÍLIA - A dívida líquida total do setor público aumentou, em novembro, para R$ 1,45 trilhão, ou 40,1% do Produto Interno Bruto (PIB).

Em outubro, a dívida equivalia a R$ 1,436 trilhão, o equivalente a 40% do PIB - percentual revisado pelo Banco Central diante dos dados efetivos para o PIB do terceiro trimestre divulgados pelo IBGE.

Para a comparação com a dívida, a autoridade monetária considerou o PIB dos últimos 12 meses, estimado em R$ 3,62 trilhões, a preços de novembro.

A dívida bruta do governo federal, Previdência Social e governos regionais - que, ao contrário da dívida líquida, não contabiliza ativos - somou R$ 2,099 trilhões em novembro, ou 58% do PIB. Um mês antes, estava em R$ 2,087 trilhões, 58,2% do PIB.

(Azelma Rodrigues | Valor)

O governo e as cotas | OrdemLivre.org

O governo e as cotas | OrdemLivre.org

Excelente artigo de Fábio Danesi, originalmente publicado no site OrdemLivre.org. Para ver apublicação original clique no link acima.


O governo e as cotas


O homem entra no restaurante. É um restaurante francês. Faz tempo que não come comida francesa. Está com saudade. O maître o conduz até a mesa. O garçom traz o cardápio. Ele olha o cardápio atentamente. Em dúvida entre o steak tartare, o boeuf bourguignon e o magret de canard. Vontade de pedir todos. Decide-se, enfim:
HOMEM: Steak tartare, por favor.

GARÇOM: Me desculpe, senhor. Não temos steak tartare hoje.
O homem convence-se de que foi uma sorte. No fundo queria mesmo o...
HOMEM: Boeuf bourguignon.

GARÇOM: Infelizmente hoje nós também não servimos esse prato.
O homem começa a se irritar.
HOMEM: O que é que vocês servem hoje então?

GARÇOM: Feijoada, senhor.
HOMEM: Feijoada?
GARÇOM: Feijoada.

HOMEM: Você quer dizer cassoulet?

GARÇOM: Não, cassoulet a gente não serve hoje.
O homem suspira.
HOMEM: Tem alguma coisa além de feijoada?
GARÇOM: Tem, senhor.
HOMEM: O quê?
GARÇOM: Vatapá.

HOMEM: Vatapá?
GARÇOM: Vatapá.
HOMEM: Esse restaurante não é francês?
GARÇOM: É sim, senhor.
HOMEM: É um restaurante francês que não serve comida francesa?

GARÇOM: É o governo, senhor.
HOMEM: O governo?
GARÇOM: O governo.
Então o garçom explica. O governo fez uma lei. Uma lei de cotas. Todo restaurante agora tem que passar vinte e oito dias do ano servindo comida brasileira.
HOMEM: Não é possível.

GARÇOM: É verdade, senhor.
A explicação continua: o governo quer incentivar a cultura gastronômica nacional. A tradição culinária de nosso país. Quer proteger as receitas brasileiras (setor estratégico) da concorrência desleal do imperialismo estrangeiro. Abaixo a degradação da carne crua! Fora com os coelhinhos assados! Viva a içá! O atolado de bode! O tambaqui!
O homem se levanta, indignado. Grita:
HOMEM: O governo pode obrigar vocês a servirem vatapá! Mas não pode obrigar ninguém a comê-lo!
Antes de sair, batendo a porta, ouve a resposta:
GARÇOM: Ainda! Ainda!
***
No final do ano, o presidente Lula aprovou a chamada cota de tela para 2010. A cota de tela obriga todo cinema brasileiro a passar filme nacional. É uma idéia antiga, que começou timidamente em 1934 (os cinemas tinham que exibir filmes educativos antes das sessões), consolidou-se durante o autoritarismo do Estado Novo e chegou ao auge durante a ditadura militar (que foi mais de esquerda do que de direita, ao contrário da crença geral), quando os cinemas foram obrigados a exibir produções nacionais durante 140 dias por ano.
Hoje, o número de dias é mais baixo (vai de 28 a 63 dias, dependendo do número de salas do cinema). Mas qualquer número acima de zero é alto demais.
A explicação para a cota de tela é a seguinte: o governo quer incentivar a cultura cinematográfica nacional, a tradição dramatúrgica de nosso país. Quer proteger o cinema brasileiro (setor estratégico) da concorrência desleal do imperialismo cultural estrageiro.
Mas outra explicação também poderia ser dada: a cota de tela é um modo de o governo agradar o pessoal que trabalha com cinema. E se o governo agrada o pessoal que trabalha com cinema, por que o pessoal que trabalha com cinema iria desagradar o governo? É uma compra informal de consciência.
Eu sou roteirista. Trabalho com dramaturgia. Vivo disso. Como profissional, cota de tela pode até ser bom para mim. Mas não dá pra ser a favor — eu não consigo. É inaceitável que um governo legisle sobre os filmes que vão passar no cinema. É tão inaceitável quanto legislar sobre o que os restaurantes devem servir.
Pode-se argumentar que a cota de telas não aumenta o público do cinema nacional; apenas faz com que os cinemas fiquem mais vazios. E se o público diminui, o preço do ingresso aumenta. E isso é evidentemente ruim.
Mas não precisamos nem chegar à questão econômica. Mesmo que todo mundo ganhasse mais dinheiro com essa lei (se fosse o caso, ela não precisaria ser lei), teríamos o direito de perguntar: como assim, o governo decidir o tipo de filme que o cinema vai passar? Não é uma decisão autoritária? Não extrapola os limites que o governo deveria ter?
O governo legislar sobre uma coisa dessas é tão absurdo quanto aquela cena do filmeBananas, do Woody Allen, em que o ditador de uma republiqueta de bananas (à la Cuba) anuncia as novas medidas:
"A partir de agora, a língua oficial de São Marcos é o sueco. Além disso, todos os cidadãos devem mudar sua roupa de baixo a cada meia hora. As roupas de baixo devem ser usadas do lado de fora, para que a gente possa checar. Mais: todas as crianças com menos de dezesseis anos passam agora a ter dezesseis anos."
É isso. Cota de tela é tão absurdo quanto isso.
O governo pode obrigar todos os cinemas a passarem filmes nacionais. Pode até mesmo obrigar os restaurantes a servirem comida tipicamente brasileira. Mas não pode obrigar ninguém a ver filme do Mateus Nachtergaele. Nem a comer vatapá.
Ainda. Ainda.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Novamente.

Estamos há poucos dias da eleição. Em breve saberemos quem ocupará o cargo de Presidente da República pelos próximos quatro anos. O atual ocupante do cargo violou inúmeras leis, limpou os pés com a constituição, afrontou a Justiça e ofendeu profundamente aos cidadãos que possuem caráter, integridade e valores. Promoveu discursos descabidos de ódio e revolta, chegando quase ao ponto de dividir o país em classes. Aliás, o fez. Instituiu a excrecência das cotas raciais. Promoveu José Sarney, ex-presidente da república e ex-adversário à condição de cidadão "incomum", acima das leis e da justiça. O mesmo Sarney que um dia chamou de "O grande ladrão".

Acredito que quem leu até este ponto já entendeu minha opção. Sim, sou agora, como fui em 2002, eleitor de José Serra. Mas não estou escrevendo este texto para pedir votos para ele. Estou escrevendo porque política, ao contrário do que vem sendo tão propagado ultimamente, por supostos especialistas das mais variadas áreas, não é remar à favor da maré ou dançar conforme a música. É posicão firme e marcante, de princípios e valores. E a apatia com que vem sendo tratada, sobretudo por jovens administradores é revoltante.

"O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam". Esta frase de Arnold Toynbee foi citada a exaustão nos últimos dias, em praticamente todos os meios de comunicação e redes sociais. Não à toa. A estupidez do chamado "voto de protesto" que no passado elegeu Enéas Carneiro e Clodovil Hernandes entre outras aberrações, desta vez instalou Tiririca no Congresso Nacional, e em seu rastro outros três inúteis oportunistas que absolutamente nada têm a acrescentar à nossa democracia. Democracia ameaçada. Incontestavelmente.

Marina Silva, candidata derrotada no primeiro turno, mas que cuja votação acima do esperado, para muitos, levou a disputa ao segundo turno, foi bajulada por inúmeros jornalistas, empresários e políticos. Com isto se sentiu no direito de proferir as maiores cretinices que ouvi nas últimas semanas. O discurso de que o "povo" está cansado da polarização política, da confrontação e daquilo que ela chama de baixo nível do debate, é simplesmente tolo. Nada mais. Em nome do chamado "povo" por inúmeros políticos demagogos, já foram cometidas incontáveis atrocidades no mundo.A sociedade não é homogênea, e difererntes assuntos têm diferentes graus de importância, para diferentes setores da sociedade, e políticos tem o dever de discutir todos, pois candidatam-se para governar para todos, não para apenas grupos específicos.

Muita polêmica foi gerada em torno da questão do aborto, se Dilma era a favor ou contra. Todos os setores da sociedade se manifestaram a respeito e houve muita troca de farpas. Mas o cerne da questão para mim não é o fato do ser a favor ou ser contra, mas o fato de que Dilma mentiu sobre o assunto. Disse uma coisa (está registrado em vídeo, em mais de uma ocasião) e depois, oportunamente, fingiu mudar de opinião. Quem mente sobre seus valores não é digno de confiança. Quem não é digno de confiança não pode ser Presidente da República. Ela mentiu, em muitas oportunidades, mente hoje, sem pudores sobre os mais variados assuntos, e continuará mentindo, eleita ou não. Sem contar o fato de estar enrolada até o pescoço em escândalos de corrupção que levaram ao total descrédito e ao esgoto a Casa Civil.

De todos os discursos cretinos, o que mais ofende a inteligência dos cidadãos de bem, e que vem sendo usado  nos últimos oito anos, é o de absolver os crimes cometidos pelo atual governo com a justificativa de que os houve tambem em outros. Os crimes e a corrupção de outros governos não eximem de culpa o atual. Pelo contrário, a agrava, pois se trata do partido que pregou por anos a fio ser o único a encampar a bandeira da ética e da honestidade. E os atos de corrupção cometidos pelo partido do atual Presidente foram os mais escandalosos já vistos no Brasil. E a corrupção é a maior mazela que o Brasil possui hoje.

Nem tampouco serve como atenuante a atual conjuntura econômica que o país atravessa, também mérito de governos passados, principalmente o de Fernando Henrique Cardoso, tão demonizado pelo atual. Aliás o atual governo, como é sabido, tão somente menteve as bases e diretrizes fundamentais da economia.

Enfim escrevo este texto para desabafar, pois não me conformo com um percentual tão elevado da população endossando atos de corrupção, banditismo e autoritarismo. Torço para que, apesar de não nutrir muitas esperanças, o Brasil não justifique novamente outra frase célebre que diz que cada povo tem o governo que merece. 

Independentemente do resultado das urnas, na segunda-feira posterior ao pleito, eu, como milhões de outros cidadãos, continuarei com minha rotina de levantar cedo e partir para a luta diária. Mas terei a certeza de ter feito a melhor escolha para o país. Novamente.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O BRASIL COM SERRA: MANIFESTO DE ARTISTAS E INTELECTUAIS

O BRASIL COM SERRA: MANIFESTO DE ARTISTAS E INTELECTUAIS: "Votamos em Serra! Ele tem história. Serra está na origem de obras fundamentais nas áreas da Cultura, da Educação, da Saúde, da Infraest..."

domingo, 17 de outubro de 2010

Messianismo.

Não gosto do aspecto messiânico atribuído à alguns políticos brasileiros. Acho um reflexo,  uma evidência de imaturidade. 

Foi assim com Lula. Desenha-se algo semelhante hoje com Marina Silva. E Lula ainda nem é carta fora do baralho, apesar de se aproximar rapidamente da irrelevância.
Imagino como será a eleição de 2014 com este tempero "verde", apesar de ainda achar que basta apenas um estalar de dedos, somado a um sorriso aprovador, para Marina Silvar largar o PV e voltar às pressas ao PT. 

Um antigo professor de história dizia que as paixões das pessoas conduziam ao poder os maiores irresponsáveis e inaptos. Lula está há poucos dias de deixar o poder. Independente do resultado desta eleição de 2010, acho que já dá para saber quem será o próximo.

Causa e consequência.

A corrupção é uma das maiores mazelas de uma sociedade, em qualquer país do mundo. Não é exclusividade nossa, mas viceja no Brasil de forma escandalosa. Não passa uma semana sem que tenhamos novas notícias dando conta de casos cada vez mais escabrosos e chocantes. Corrupção não é patrimônio de apenas um partido político. É de todos. Todos tem pelo menos alguns quadros envolvidos em tramóias e negociatas, ou respondendo a processos no STF.

O atual governo institucionalizou a corrupção. Pôs ordem neste caos. Se a notícia for divulgada na imprensa, basta negar, que o denunciado encontrará amparo. Não é necessário se preocupar com nada. Basta negar veementemente. A máquina estatal, em conjunto com a "mídia oficial", sustentada pelo dinheiro do contribuinte, cuidam do resto; da defesa com os melhores e mais caros advogados, do sumiço de provas e testemunhas, da desqualificação dos acusadores, providencia-se uma investigação fajuta que não apura nada e cuida tambem do constrangimento dos denunciantes, numa interessante tática de subverter a lógica e os fatos, tranformando o legítimo numa infâmia, em mera difamação.

Por fim à esta mazela é sonho de muitos e objetivo de poucos. Revoltamo-nos ao ver políticos envolvidos nestes descalabros, mas esquecêmo-nos de que o funcionamento é mais complexo. Políticos não se corromperiam se não houvesse uma rede de interessados nisto. Sempre mencionamos senadores, deputados e vereadores. Nos revoltamos com prefeitos, governadores e principalmente com o Presidente da República. Mas comumente escapam da revolta, juízes, promotores, desembargadores, advogados, jornalistas, empresários, funcionários públicos de todos os escalões e cidadãos que adoram levar uma vantagenzinha. Há poucos dias, na fila do banco, ouço a conversa de dois "compadres", onde um dizia, sem constrangimentos, que pediria a um deputado eleito, uma "boquinha" para o filho caçula, que ainda não tinha se "acertado na vida". Cidadão de respeito este, não? E quantas histórias semelhantes somem no cotidiano, sem notarmos.

Muito se escreveu ultimamente sobre a sociedade estar "entorpecida", "anestesiada" em relação o que vem ocorrendo nestes últimos anos. Estaria realmente anestesiada? 

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Tolices

É incrível a fragilidade e a tolice dos argumentos em defesa do PT, de Lula e Dilma. Usar como desculpa o fato de ter ocorrido casos de corrupção em outros governos, envolvendo políticos de praticamente todos os partidos, é no mínimo leviano. O mais preocupante é isto se tornar comum, e passar a ser usado por todos. Imaginem se o PMDB adotar esta prática.

Falar do período de prosperidade na economia que o Brasil atravessou nestes oito anos, ou do quanto se manteve consideravelmente estável durante a crise de 2008, tambem não convence. Muito já foi dito e escrito sobre isto, pelos mais conceituados economistas e analistas do setor. Neste período o Brasil cresceu sim, mas menos do que os demais países emergentes, provavelmente deixando de aproveitar os bons ventos da economia global, principalmente pela péssima e irresponsável administração das finanças públicas. 

Político nenhum, de nenhum partido, tem direito de reclamar da imprensa. Ninguem que se expõe publicamente tem este direito. A obrigação do jornalismo é informar, doa a quem doer. Os casos de corrupção envolvendo quadros do atual governo são fartos, quase todos provados. Se não houve punição até aqui é culpa do judiciário. 

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Manifesto em Defesa da Democracia

Assine o Manifesto em Defesa da Democracia, clique no link abaixo:

Manifesto em Defesa da Democracia

Pela importância para a sociedade segue a transcrição integral do texto e ao fim, outro link para a página original.

Manifesto em Defesa da Democracia

Numa democracia, nenhum dos Poderes é soberano. Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo.
Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime democrático. Hoje, no Brasil, inconformados com a democracia representativa se organizam no governo para solapar o regime democrático.
É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressão a direitos individuais.
É inaceitável que militantes partidários tenham convertido órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em centros de produção de dossiês contra adversários políticos.
É lamentável que o Presidente esconda no governo que vemos o governo que não vemos, no qual as relações de compadrio e da fisiologia, quando não escandalosamente familiares, arbitram os altos interesses do país, negando-se a qualquer controle.
É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais em valorizar a honestidade.
É constrangedor que o Presidente não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte e quatro horas do dia. Não há “depois do expediente” para um Chefe de Estado. É constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem de Estado do homem de partido, pondo-se a aviltar os seus adversários políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo, numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da máquina oficial em favor de uma candidatura. Ele não vê no “outro” um adversário que deve ser vencido segundo regras, mas um inimigo que tem de ser eliminado.
É aviltante que o governo estimule e financie a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa, propondo mecanismos autoritários de submissão de jornalistas e de empresas de comunicação às determinações de um partido político e de seus interesses.
É repugnante que essa mesma máquina oficial de publicidade tenha sido mobilizada para reescrever a História, procurando desmerecer o trabalho de brasileiros e brasileiras que construíram as bases da estabilidade econômica e política, que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo.
É um insulto à República que o Poder Legislativo seja tratado como mera extensão do Executivo, explicitando o intento de encabrestar o Senado. É deplorável que o mesmo Presidente lamente publicamente o fato de ter de se submeter às decisões do Poder Judiciário.
Cumpre-nos, pois, combater essa visão regressiva do processo político, que supõe que o poder conquistado nas urnas ou a popularidade de um líder lhe conferem licença para ignorar a Constituição e as leis. Propomos uma firme mobilização em favor de sua preservação, repudiando a ação daqueles que hoje usam de subterfúgios para solapá-las. É preciso brecar essa marcha para o autoritarismo.
Brasileiros erguem sua voz em defesa da Constituição, das instituições e da legalidade.
Não precisamos de soberanos com pretensões paternas, mas de democratas convictos.

sábado, 11 de setembro de 2010

Quanta passividade...

Continua em pauta, de formas variadas e com análises díspares, a questão do quanto a popularidade de Lula serve como anuência às suas sandices. Seu partido e os demais que compõe a base do seu governo continuam infringindo as leis impunimente. O judiciário parece não ver, não querer ver ou qualquer outra coisa pior, pois no máximo, vemos reações da sua parte no sentido de minimizar a gravidade dos fatos, quando não envereda para a enrolação, como a fala do Procurador Geral da República, Roberto Gurgel sobre os casos envolvendo a Receita. 

Nesta última semana, em virtude da conduta estapafúrdia do cidadão que ocupa o cargo de presidente, de abandonar o emprego e se entregar de corpo e alma à campanha de seu monstro, levou a parcela realmente isenta e independente da imprensa e parte da oposição, aquela que ainda tem um pouco de coragem, de se lavantar e questionar. É pouco. Muito pouco.

Continuamos não vendo a oposição. Lula já escancara, sem nenhum tipo de constrangimento (pois discernimento ele não possui) que trabalha para uniformizar e unificar a política no Brasil. Não quer oposição para sua escolhida. E através de mentiras e trapaças convence a população de que isto é correto. Roberto Pompeu de Toledo, em sua coluna na revista VEJA da semana passada, escreveu que "não há democracia sem  os polos opostos da situação e da oposição". Hoje no Brasil, não temos oposição. Pelo menos eu não a enxergo.

Lula brinca com o entendimento da população em geral sobre os fatos e versões do cotidiano. Chama os crimes cometidos pelos seus de "erros", minimizando a gravidade do ocorrido e ao mesmo tempo passando aos ouvintes a impressão do paizão compreensivo, que pondera e perdôa. Trata a oposição como um estorvo, um empecilho aos seus projetos de beneficiar os pobres, passando a estes a idéia de que é culpa da mesma os seus fracassos (e como já disse aqui o povão compra esta estupidez). Faz isto e muito mais tranquilamente, sem que seja perturbado ou questionado.

É preciso separar as coisas, colocá-las no seu devido lugar. É inadmissível ver supostos analistas políticos tentando justificar afrontas às leis e à constituição com o crescimento econômico. É a malhada tática da cortina de fumaça, que polui a maioria dos textos que são possíveis de se ler na imprensa. A estabilidade e o crescimento econômico se baseiam em fatores e medidas que vêm sendo cultivadas e implantadas desde o começo da década de '90 e principalmente ao Plano Real e à política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso e praticada até hoje pelo atual governo. Não é mérito de Lula, e menos ainda serve como desculpa, para escândalos como o Mensalão e as violações de sigilo dentro da Receita Federal. Este avanço econômico, muito menos ainda, serve como desculpa para as reiteradas e insistentes tentativas do governo de controlar e amordaçar a imprensa e a liberdade de expressão ou para outras investidas totalitárias  e autoritárias como a bizarra campanha, coroada com um plebiscito ridículo, pelo desarmamento da população.

É lógico que o único remédio para isto é a educação, que leva as pessoas a pensarem por si próprias e ponderar sobre fatos, não sobre factóides (como os petistas gostam deste termo). Porém esta não é nossa realidade, e a julgar pela disposição do governo, que se omitiu completamente no que diz respeito aos investimentos em infraestrutura e necessidades básicas da população, não será nem daqui há algumas décadas. Portanto a sociedade (aqueles que possuem capacidade de compreensão, as repudiadas "elites") não pode permanecer extasiada, perplexa e intimidada em confrontar, nos meios possíveis, as mentiras propagadas pelo governo e pelo presidente, porque este é extremamente popular.

De alguma maneira este entendimento ou comportamento, tanto faz, precisa ser combatido, pelo bem da democracia. Alguns poucos e corajosos jornalistas têm denunciado incansavelmente, tanto os desmandos e crimes do governo, como a patrulha  constrangedora dos seus simpatizantes e militantes a todos que ousam pensar diferente. Mas é muito pouco. Precisamos de mais. Não se pode viver com medo de dizer a verdade. Ou será que o PT conseguirá comprar, submeter e calar um país inteiro?

sábado, 4 de setembro de 2010

Mudando um pouco de assunto: Wes Montgomery

Não me recordo a primeira vez que ouvi falar em Wes Montgomery, apenas que achei o nome engraçado. Em seguida um amigo, tambem guitarrista amador, comentou que ele tinha um jeito diferente de tocar, peculiar, que usava o dedão da mão direita para tocar as cordas da guitarra, sem palheta, e que costumava apoiar praticamente 3 dedos da mesma mão no corpo da guitarra para ter firmeza.

Não entendi muito bem o que meu amigo quis dizer, apenas tentei visualizar o que ele havia descrito e tentei fazer daquela forma. Foi uma tragédia. Fiquei com a mão dura, sem mobilidade, não conseguia tocar. Havia aprendido do jeito convencional, com paleta. E olha que eu tenho a peculiaridade de apoiar o dedinho da mão direita para ter firmeza na palhetada, coisa que foi criticada por incontáveis colegas. Imagina então tocar apoiando praticamente a mão inteira. Pois Wes tocava assim e era simplesmente fenomenal, inigualável!



Deixei de perder tempo imaginando, e fui atrás de conhecer a música por trás do nome, e foi algo que mudou meu jeito e ver a música em si e o instrumento que eu mais tocava (há pelo menos 10 anos não encosto em nenhum instrumento para tocar absolutamente nada).

Wes tocava quase sempre sorrindo, demonstrando alegria e satisfação naquilo que fazia. Além da fluência incomum que possuía no fraseado característico do jazz, em improvisos impossíveis, tinha uma caracterísitca única de usar oitavas e acordes em bloco no meio dos solos, dando "corpo" e "alma" às melodias. Só ouvindo para entender e, uma vez entendendo, é praticamente impossível não se apaixonar por sua música!



Wes Montgomery foi um músico único. Auto-didata tardio, começou a tocar apenas aos 19 anos, influenciado pelo mestre Charlie Christian. Nascido em 6 de Março de 1925 e falecido precocemente aos 43 anos em 1968, deixou uma obra invejável em sua curta carreira,  e se tornou referência para qualquer um que queira se aventurar pelo Jazz e pelo universo das seis cordas.

O vídeo abaixo é de "Round Midnight", um clássico, mas é possível encontrar vários outros vídeos de Wes no YouTube e outros canais na internet.





Fica aqui a recomendação para aqueles que não conhecem e quiserem ouvir um músico insubstituível!

Enganação, pura e sem vergonha.

Um certo entendimento, que vem sendo sutilmente (para não dizer maliciosamente) aceito por muita gente ultimamente, inclusive por parte da imprensa, e que deveria ser repudiado é o de que a popularidade de Lula dá à este, anuência para dizer qualquer bobagem que lhe venha a mente, ou até mesmo violar as leis e a constituição. Os últimos comentários proferidos pelo presidente, em ato oficial, nesta semana no Rio Grande do Sul,  sobre a violação do sigilo fiscal da filha de José Serra ilustram bem o que estou dizendo.

Há oito anos, quase completos, Lula vem se utilizando de um expediente ridículo, porém eficaz, para disfarçar e enganar aquela parcela da população que tem pouca ou nenhuma capacidade de discernimento: a cada crime cometido pelo seu partido e seus aliados, ele corre em defesa (quando a imprensa que ainda não foi comprada ou domesticada o indaga a respeito) dizendo que se alguém cometeu algum "ERRO", deverá ser investigado e punido. Isto quando não minimiza imediatamente a ocorrência e, bancando o juiz, dá o caso por encerrado, como fez com o caso da filha de Serra, ao classificar o episódio como uma "futrica menor". Mas não se trata de "futrica" e sim de CRIME!

Parece bobagem, e muitos mais esclarecidos e independentes (leia "sem o rabo preso") dirão que é mesmo, pois trata-se de uma tremenda falta de vergonha. Troca-se um termo por outro e muda-se completametne o significado da questão; a maioria "compra" a idéia e fica por isto mesmo. Daqueles que conseguem entender o embuste, e deveriam por isto, cobrar uma postura ou declaração séria sobre o assunto, desmontando a enganação, a maioria se cala, por ter interesses conflitantes, comodismo ou medo de confrontar aquele que carrega uma aprovação popular como nunca se viu. Volto a dizer o que eu já disse em outros artigos: as coisas são o que são e tem nome, não importa o quanto isto incomode. Da imbecilidade do comportamento "politicamente correto" estamos rumando para a enganação e mentira puras, o que mais cedo ou mais tarde trará sérias consequências para a sociedade.

A Receita Federal deveria ser um exemplo de administração eficiente e eficaz, em todos os níveis, um norte, uma referência de competência, tecnologia e metodologia. Pois conseguiram desmoralizá-la e transformá-la em piada. Até teria alguma graça, se não fosse criminoso.

No episódio do mensalão, o PT providenciou uma entrevista fajuta, com uma repórter de mentira, onde Lula deu ao crime do caixa dois, o status de artfício normal e aceitável, principalmente quando se trata de campanha política.

A popularidade de Lula (para aqueles que acreditam nela) não pode servir de desculpa para o fato de que ele, seu partido e os demais da base alugada (como diz Augusto Nunes) cometem CRIMES! Não adianta trocar o termo, tentar enganar e chamar de "erro". Crime é crime e ponto. As coisas são o que são e tem nome, não importa o quanto isto incomode!

domingo, 29 de agosto de 2010

Oposição já!

Eu estaria muitíssimo desanimado com relação a esta eleição presidencial, caso levasse a ferro e fogo os resultados das últimas pesquisas. Os institutos dão como praticamente certa a vitória da candidata do governo no primeiro turno. Ela própria já vem falando com a arrogância característica de quem sabe que já ganhou. Se bem que arrogância, em se tratando de petistas, é natural.


Mas não estou tão pessimista. Não consigo levar a sério os resultados das pesquisas. Me parecem compradas sim, e não temo ser taxado de paranóico, pois não se trata de paranóia. Se existem repórteres, jornais, revistas  e rádios se vendendo barato ao petismo  (e a oferta é larga), os institutos podem tambem seguir tal caminho. Não estou afirmando, apenas especulando, mas tenho direito ao meu ponto de vista. Nem vou lembrar os fiascos da campanha de 2006, quando os mesmos institutos erraram vergonhosamente a previsão com relação à eleição presidencial e tambem para vários governos estaduais.

Contudo, não quero ficar falando de coisas de pouca relevância. Pesquisas não ganham eleições, nem vendem produtos. Serra poderá sim perder mais esta eleição se continuar obedecendo seu marqueteiro de campanha, que para mim, sem dúvida alguma é eleitor do PT, e o PSDB continuar com sua postura covarde de se omitir completamente diante da enxurrada de mentiras proferidas pelo Australopithecus Afarensis que ocupa o cargo de presidente da república, e se furtar em defender as realizações de Fernando Henrique Cardoso e do próprio partido.

O PT não tem oposição e isto é extremamente preocupante. Este fato deixa os petistas à vontade para continuar aparelhando o estado e corrompendo políticos e funcionários públicos. Baseados nesta bobagem de "movimentos sociais" e "entidades representativas" eles seguem legitimando seus desmandos e afrontas às leis e à Constituição.

Agora a Receita Federal, a exemplo do que houve em 2005 com o Congresso após o escândalo do mensalão, encontra-se desmoralizada pelas quebras do sigilo fiscal de diversas personalidades. O Supremo deve julgar em breve o processo do referido mensalão, o maior caso de corrupção de que já se teve notícia no Brasil, suficiente e cabalmente provado. Os responsáveis serão punidos ou o STF se juntará ao Congresso e à Receita na nau da credibilidade e respeito que está afundando?

É preciso oposição. Responsável e séria, obediente à Constituição, mas OPOSIÇÃO. Pensamento único é coisa de regime autoritário, desejo maior do partido do governo.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Um pouco de futebol outra vez...

Comecei com este blog como uma brincadeira, para satisfazer a curiosidade sobre a tecnologia e o quanto ela tem afetado, de forma positiva no meu ponto de vista, a interação e a comunicação entre as pessoas. Como estávamos com a Copa do Mundo em andamento, obviamente os primeiros posts tratavam do futebol, uma das minhas paixões. Mas não sou jornalista, nem especialista, apenas um curioso, um tanto impetuoso quando se trata de dar alguma opinião. Como sou independente, voltemos um pouco ao futebol:
No jogo desta tarde, entre Barcelona e Milan, pelo Torneio Amistoso Joan Gamper,  Fillipo Inzaghi, jogador do Milan presenteou a platéia com um gol simplesmente maravilhoso, daqueles lances inesquecíveis, que fazem com que garotos se apaixonem pelo futebol. Uma roubada de bola esperta no meio de campo, limpa, passe bem feito para Seedorf que fez um lançamento primoroso, indescritível, perfeito para uma finalização tão perfeita quanto de Inzaghi. Para quem quiser ver, posto um link que redirecionará para o Blog do Carlão, que é muito mais entendido do que eu neste assunto e que eu recomendo uma visita para aqueles que gostam do bom futebol:


Não deixem de conferir, porque acredito que a nossa mídia não dará o devido destaque à esta maravilha. Um abraço ao Carlão!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Política outra vez...

Não queria voltar a falar de política aqui, mas não tem jeito, algumas coisas acontecem e nos instigam a retomar alguns assuntos.

Hoje teve debate on-line, promovido pela Folha/UOL. Não acompanhei, pois o mesmo aconteceu num horário onde a maioria das pessoas está trabalhando. Vi apenas o último bloco, já na hora do almoço, onde os jornalistas fizeram perguntas (apenas uma) aos candidatos. 

É aqui que eu entro: assisti ao debate promovido pela Bandeirantes, assisti as entevistas feitas pelo Jornal Nacional, e não preciso de mais do que este pequeno trecho do debate de hoje para constatar algo tremendamente incômodo para quem pensa um pouco: não há debate! ninguem debate nada! ninguem propõe nada! ninguem diz coisa com coisa! trata-se de uma pasmaceira sem tamanho que chega a dar raiva.

Mas o que mais me incomodou hoje foi constatar que mais uma vez (isto já havia ocorrido no debate da Band e também no Jornal Nacional) as perguntas feitas sobre o mensalão são dirigidas ao José Serra ou à Marina Silva. NUNCA à Dilma Roussef!

Posto que o mensalão foi até aqui, o maior e mais emblemático escândalo de corrupção da "história deste país" nada mais correto que a candidata da situação, que pertence e representa o partido que capitaneou o referido escândalo fosse indagada a respeito. Mas não. Hoje, um jornalista do qual não fiz questão de guardar o nome dado sua irrelevância, perguntou mui respeitosamente se Dilma havia se recuperado do câncer. Antes dele um colega havia, a exemplo de William Bonner no Jornal Nacional, cobrado coerência de José Serra, por este ter hoje o apoio de Roberto Jefferson, o denunciante (e participante) do mensalão.

Acho justa tal cobrança ao Serra. Achei justo quando o mesmo Willian Bonner indagou Marina Silva a respeito do mesmo, posto que na ocasião do escândalo ela era do PT e se omitiu vergonhosamente para alguém que fala tanto em ética. Mas porque esta mesma pergunta não foi feita a Dilma Roussef? Porque NENHUMA pergunta é feita à ela, referente aos incontáveis casos de corrupção no governo PT? 

Não que seja possível falar sobre coerência com Dilma, que vem mentindo e dizendo bobagens escabrosas cada vez que abre a boca (hoje ela chegou a falar que o PT apoiou o Plano Real, oras...francamente...) mas me parece, como diria um tio muito querido, que "tem banana mordendo macaco" nesta história.

Numa situação onde o Governo vem tentando, reiterada e insistentemente, controlar a imprensa e cercear a liberdade de expressão, me espanta a bondade e a passividade de muitos jornalistas ao indagar a sua candidata. Acho que estes mesmos jornalistas estão brincando com coisa séria e prestando um desserviço à democracia! Liberdade e imparcialidade em primeiro lugar!