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domingo, 29 de agosto de 2010

Oposição já!

Eu estaria muitíssimo desanimado com relação a esta eleição presidencial, caso levasse a ferro e fogo os resultados das últimas pesquisas. Os institutos dão como praticamente certa a vitória da candidata do governo no primeiro turno. Ela própria já vem falando com a arrogância característica de quem sabe que já ganhou. Se bem que arrogância, em se tratando de petistas, é natural.


Mas não estou tão pessimista. Não consigo levar a sério os resultados das pesquisas. Me parecem compradas sim, e não temo ser taxado de paranóico, pois não se trata de paranóia. Se existem repórteres, jornais, revistas  e rádios se vendendo barato ao petismo  (e a oferta é larga), os institutos podem tambem seguir tal caminho. Não estou afirmando, apenas especulando, mas tenho direito ao meu ponto de vista. Nem vou lembrar os fiascos da campanha de 2006, quando os mesmos institutos erraram vergonhosamente a previsão com relação à eleição presidencial e tambem para vários governos estaduais.

Contudo, não quero ficar falando de coisas de pouca relevância. Pesquisas não ganham eleições, nem vendem produtos. Serra poderá sim perder mais esta eleição se continuar obedecendo seu marqueteiro de campanha, que para mim, sem dúvida alguma é eleitor do PT, e o PSDB continuar com sua postura covarde de se omitir completamente diante da enxurrada de mentiras proferidas pelo Australopithecus Afarensis que ocupa o cargo de presidente da república, e se furtar em defender as realizações de Fernando Henrique Cardoso e do próprio partido.

O PT não tem oposição e isto é extremamente preocupante. Este fato deixa os petistas à vontade para continuar aparelhando o estado e corrompendo políticos e funcionários públicos. Baseados nesta bobagem de "movimentos sociais" e "entidades representativas" eles seguem legitimando seus desmandos e afrontas às leis e à Constituição.

Agora a Receita Federal, a exemplo do que houve em 2005 com o Congresso após o escândalo do mensalão, encontra-se desmoralizada pelas quebras do sigilo fiscal de diversas personalidades. O Supremo deve julgar em breve o processo do referido mensalão, o maior caso de corrupção de que já se teve notícia no Brasil, suficiente e cabalmente provado. Os responsáveis serão punidos ou o STF se juntará ao Congresso e à Receita na nau da credibilidade e respeito que está afundando?

É preciso oposição. Responsável e séria, obediente à Constituição, mas OPOSIÇÃO. Pensamento único é coisa de regime autoritário, desejo maior do partido do governo.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Um pouco de futebol outra vez...

Comecei com este blog como uma brincadeira, para satisfazer a curiosidade sobre a tecnologia e o quanto ela tem afetado, de forma positiva no meu ponto de vista, a interação e a comunicação entre as pessoas. Como estávamos com a Copa do Mundo em andamento, obviamente os primeiros posts tratavam do futebol, uma das minhas paixões. Mas não sou jornalista, nem especialista, apenas um curioso, um tanto impetuoso quando se trata de dar alguma opinião. Como sou independente, voltemos um pouco ao futebol:
No jogo desta tarde, entre Barcelona e Milan, pelo Torneio Amistoso Joan Gamper,  Fillipo Inzaghi, jogador do Milan presenteou a platéia com um gol simplesmente maravilhoso, daqueles lances inesquecíveis, que fazem com que garotos se apaixonem pelo futebol. Uma roubada de bola esperta no meio de campo, limpa, passe bem feito para Seedorf que fez um lançamento primoroso, indescritível, perfeito para uma finalização tão perfeita quanto de Inzaghi. Para quem quiser ver, posto um link que redirecionará para o Blog do Carlão, que é muito mais entendido do que eu neste assunto e que eu recomendo uma visita para aqueles que gostam do bom futebol:


Não deixem de conferir, porque acredito que a nossa mídia não dará o devido destaque à esta maravilha. Um abraço ao Carlão!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Política outra vez...

Não queria voltar a falar de política aqui, mas não tem jeito, algumas coisas acontecem e nos instigam a retomar alguns assuntos.

Hoje teve debate on-line, promovido pela Folha/UOL. Não acompanhei, pois o mesmo aconteceu num horário onde a maioria das pessoas está trabalhando. Vi apenas o último bloco, já na hora do almoço, onde os jornalistas fizeram perguntas (apenas uma) aos candidatos. 

É aqui que eu entro: assisti ao debate promovido pela Bandeirantes, assisti as entevistas feitas pelo Jornal Nacional, e não preciso de mais do que este pequeno trecho do debate de hoje para constatar algo tremendamente incômodo para quem pensa um pouco: não há debate! ninguem debate nada! ninguem propõe nada! ninguem diz coisa com coisa! trata-se de uma pasmaceira sem tamanho que chega a dar raiva.

Mas o que mais me incomodou hoje foi constatar que mais uma vez (isto já havia ocorrido no debate da Band e também no Jornal Nacional) as perguntas feitas sobre o mensalão são dirigidas ao José Serra ou à Marina Silva. NUNCA à Dilma Roussef!

Posto que o mensalão foi até aqui, o maior e mais emblemático escândalo de corrupção da "história deste país" nada mais correto que a candidata da situação, que pertence e representa o partido que capitaneou o referido escândalo fosse indagada a respeito. Mas não. Hoje, um jornalista do qual não fiz questão de guardar o nome dado sua irrelevância, perguntou mui respeitosamente se Dilma havia se recuperado do câncer. Antes dele um colega havia, a exemplo de William Bonner no Jornal Nacional, cobrado coerência de José Serra, por este ter hoje o apoio de Roberto Jefferson, o denunciante (e participante) do mensalão.

Acho justa tal cobrança ao Serra. Achei justo quando o mesmo Willian Bonner indagou Marina Silva a respeito do mesmo, posto que na ocasião do escândalo ela era do PT e se omitiu vergonhosamente para alguém que fala tanto em ética. Mas porque esta mesma pergunta não foi feita a Dilma Roussef? Porque NENHUMA pergunta é feita à ela, referente aos incontáveis casos de corrupção no governo PT? 

Não que seja possível falar sobre coerência com Dilma, que vem mentindo e dizendo bobagens escabrosas cada vez que abre a boca (hoje ela chegou a falar que o PT apoiou o Plano Real, oras...francamente...) mas me parece, como diria um tio muito querido, que "tem banana mordendo macaco" nesta história.

Numa situação onde o Governo vem tentando, reiterada e insistentemente, controlar a imprensa e cercear a liberdade de expressão, me espanta a bondade e a passividade de muitos jornalistas ao indagar a sua candidata. Acho que estes mesmos jornalistas estão brincando com coisa séria e prestando um desserviço à democracia! Liberdade e imparcialidade em primeiro lugar!

sábado, 14 de agosto de 2010

Sem medo de ser politicamente incorreto...

A interatividade das redes sociais na internet é algo admirável e entusiasmante, principalmente para quem nasceu antes desta realidade e duvidava de sua viabilidade, apreciando algo semelhante apenas em livros, filmes e gibis de ficção científica. Quem se lembra dos antigos desenhos animados de um personagem chamado "Johnny Quest", onde o mesmo se comunicava com seu pai e seus amigos, através de um visor em seu relógio, entre outras maravilhas tecnológicas, sabe do que estou falando. Este personagem data da década de '60 do século passado e foi maciçamente exibido pela TV brasileira no fim da década de '70 e toda a década de '80. Quem é desta geração e acompanhou o recente lançamento do iPhone 4 com certeza sentiu-se um pouco criança outra vez.

Tenho acompanhado o debate eleitoral, não só pelos jornais e TV, mas tambem pela internet, nos sites de notícias e tambem nas redes sociais, principalmente o Twitter e o Facebook, e um sentimento de desânimo me abateu. Com as entrevistas promovidas pelo Jornal Nacional, com os 3 principais candidatos na disputa presidencial, e pelo debate promovido pela Rede Bandeirantes, este incluindo um quarto candidato, houve uma verdadeira inundação de comentários e artigos nestas redes e fiquei impressionado com o nível de desconhecimento sócio-político e ingenuidade por parte de muitos internautas, mas me abateu principalmente constatar estas características em muitos que possuem formação acadêmica e supostamente bom nível cultural e intelectual.


Alguns destes comentaristas pareciam ignorar completamente a importância do debate para o futuro do país, tratando o assunto como torcedor em estádio, vibrando ora com um suposto acerto do seu favorito, ora com um suposto erro do seu adversário, outros pareciam olhar apenas com viés marqueteiro, como se governantes fossem produtos num display em supermercados, passíveis de troca ou devolução ou de simples descarte em caso de arrependimento na compra; e outros ainda me surpreenderam com o velho discurso paranóico sobre a manipulação eleitoral por parte da Rede Globo, por exemplo. Que muitos receiem se manifestar sobre este assunto ou marcar posição, por temer confrontação, exposição ou até prejuízo da imagem comercial que ostentam é até compreensível, mas alguns casos são de dar pena.


A cada dia, processos, ferramentas e modelos administrativos e de gestão dos mais variados campos que possa haver dentro de uma empresa, privada ou pública, são aperfeiçoados. Mais e mais cursos de especialização, pós-graduação e outros níveis que se atribuam aos mesmos, surgem no mercado, sempre da forma positiva, salutar e necessária, mas me deixa estupefato como muitos novos gestores (e eu sou deles) estão completamente alheios a questão política e isto não é saudável. Espantou-me, após o debate da Rede Bandeirantes (que foi de uma mediocridade impressionante, diga-se de passagem), ver inúmeros comentários, muitos com teor infantilmente provocativo, sobre preferências pela direita ou pela esquerda. Parece que quase ninguém reparou que não há "direita" no Brasil. Pelo menos não havia no referido debate, posto que os 4 partidos políticos ali reunidos sejam, em essência, de esquerda (Sim, para quem ainda não reparou, o PSDB é sim um partido essencialmente de esquerda, uma esquerda moderada, baseada na chamada Social-Democracia).

A pérfida influência que muitos professores universitários ligados às antigas idéias de uma esquerda sepultada ainda exercem sobre alunos em geral, a despeito de suas obrigações e atribuições, é péssima para a sociedade e somada a atrofia intelectual gerada pela conduta "politicamente correta" adotada hoje em dia, está formando uma geração de pessoas que simplesmente não se expressam, não dizem nada, não se manifestam nem tomam partido de nada. Consolida-se a apatia e o distanciamento da realidade como modelo de comportamento socialmente aceito. A maioria dos que tentam romper com este comportamento revela desconhecimento, até uma certa ingenuidade.

Manisfesto-me sobre este assunto por acreditar que podemos elevar o nível do debate, exigindo de forma enfática, séria e irredutível dos candidatos, independentemente de orientação ou filiação político-partidária, a apresentação de projetos e propostas concretas, sólidas e viáveis sobre questões fundamentais para a sociedade, como saúde, educação e segurança por exemplo. Ora como gestores, exigimos de equipes e colaboradores, análises de mercado, planos de negócios, estudos de viabilidade, planilhas de fluxo de caixa e controles diversos, mas como contribuintes exorbitantemente taxados das mais variadas formas adotamos uma postura bovinamente pacífica diante de candidatos que permanecerão, no mínimo, 4 longos anos no comando de um Poder da República, afetando nossas vidas de forma, às vezes, irretratável. Acho que precisamos como sociedade, mudar esta postura.
 

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O Vendedor Responsável

Um quadro num programa de televisão que foi ao ar neste último domingo, levantou novamente uma velha discussão: pessoas que compram um determinado produto e assinam o contrato sem ler devidamente, transferindo ao vendedor a responsabilidade pela escolha.

Eu sei que se trata de um assunto complexo, mas não vou enveredar pelo lado jurídico da questão. Vou ficar apenas no foco comercial que é o que mais me interessa e preocupa. Numa época em que uma infinidade de artigos, livros, vídeos, palestras e demais ações motivacionais por parte das mais diversas empresas focam, e alguns até chegam a afirmar dar a receita para o sucesso em vendas, transformando vendedores em campeões superpoderosos e invencíveis, às vezes usando algumas alegorias que beiram o ridículo, tratando o assunto de forma caricatural, me preocupa o fato de alguns vendedores não atentarem para a questão da responsabilidade.

Quem tem seu cotidiano mergulhado em outras atividades ligadas a administração, geralmente desconhece a realidade da situação. Quem trabalha em processos de Qualidade então, se espanta. Porque entendem que existe uma lógica a ser seguida e naturalmente todos agem assim. Mas a cabeça do consumidor é mais complexa do que isto e lidar com ela exige atenção se o vendedor não quiser se envolver em problemas graves. O contraponto entre a meta establecida pela empresa ao seu desempenho e a responsabilidade civil do vendedor pode colocá-lo numa situação complicadíssima se ele não tiver discernimento e usar o bom senso.

O consumidor é motivado por diversos fatores, entre eles a necessidade e o desejo. Quando o primeiro predomina ele costuma agir com mais razão e cautela, mas quando o mesmo é movido predominantemente pelo desejo, pelo "sonho de consumo", o vendedor, motivado para o resultado, que não raciocinar tem grandes chances de ganhar uma comissão e uma tremenda dor de cabeça futura.

No mercado imobiliário, onde eu atuo, é muito comum que pessoas, com o sonho da casa própria em mente, se deixem levar pela empolgação da possibilidade de concretizar este sonho, e inibam ou até anulem a razão do precesso decisório. Outros consumidores, naturalmente inseguros, são incapazes de tomar uma decisão se não forem "empurrados" para ela, ou seja transferem ao vendedor a responsabilidade pelo "sim" ou "não" na hora do fechamento. Em todos os casos, muitos consumidores, sem paciência, acabam por assinar um contrato sem lê-lo de forma adequada, "confiando" que o vendedor está agindo de boa fé. Nem vou cogitar o risco de clientes que simplesmente não tem capacidade de compreender o que estão lendo e necessitam assim de uma atenção muito especial e paciente do vendedor, que geralmente de olho na meta, não está disposto a dar.

O vendedor tem obrigação de ler, compreender e saber explicar cada detalhe, minuciosamente, do contrato de venda do seu produto, seja qual for. Isto é fundamental para evitar o arrependimento ou a insatisfação do cliente. Acreditar que este arrependimento ou insatisfação são possibilidades inerentes e talvez inevitáveis do negócio, e que para resolver isto existem os tribunais é literalmente "tapar o sol com a peneira". O vendedor não deve achar que está resguardado, pois não está, nem por parte de gerentes nem de empresas.

O vendedor responsável, sabe o que está vendendo, as condições do negócio e, acima de tudo, tem a capacidade de esclarecer tudo isto serenamente ao cliente, fazendo juz à sua comissão e ao seu sono tranquilo.

domingo, 1 de agosto de 2010

Francamente...


Alguns acontecimentos nas últimas semanas, infelizmente um deles trágico, reacenderam discussões e debates sobre a ética, a moral e os costumes. Vou tratar deste assunto com o máximo cuidado possível, porém não posso me esquivar dele, pois o considero de suma importância, afinal de contas sou pai de 3 filhos.

Tenho lido uma enorme quantidade de artigos e textos sobre as posturas e decisões de personagens do esporte e de profissionais de outras áreas, tomadas em situações e condições diversas diga-se, porém tratadas de forma que considero inadequada, que não contribui em nada à sociedade. Muitos tecem analogias com o chamado “Mundo Corporativo”, com a “Etiqueta Corporativa”; outros tentam dar um viés motivacional, alguns tratam apenas com o devido foco: ética.

Alguns conceitos são aprendidos na infância, no lar, no convívio com pais e irmãos, primos e amigos. É a educação básica, a meu ver, banalizada e desprezada ultimamente. Se a maioria das pessoas levasse, realmente, para o resto de suas vidas estas lições, e as aplicasse em seu cotidiano nas diversas situações, muita coisa errada não aconteceria. Não estou sendo ingênuo, e sim realista, pois a ingenuidade também pode ser usada de forma conveniente. Francamente, não vejo nenhuma diferença entre o mundo real e o chamado “Mundo Corporativo”: fofoca e mentira são perniciosas em qualquer lugar, seja no trabalho, no lar, com amigos, colegas ou família. Adulterar ou omitir informações, esquivar-se de opinar, não são atos menos danosos, em qualquer que seja o ambiente, principalmente quando com o intuito de levar algum tipo de vantagem ou tirar algum proveito de qualquer situação que seja. E isto se aprende em casa, na infância.  Ninguém precisa de MBA para saber disto.

Não me convenço com certos argumentos que andam sendo tão usados ultimamente. “O problema são as obrigações contratuais”. Não leu antes de assinar? Se leu e não concordou porque assinou? Se o contrato contrariava seus valores e suas expectativas, porque o firmou? Se abriu mão dos seus valores, porque a remuneração era tentadora, porque então brinca com a expectativa das pessoas, ciente de que mais cedo ou mais tarde terá de frustrá-las?

A vida é feita, entre outras coisas, de escolhas, e ao fazermos as nossas devemos ter a responsabilidade de arcar com as consequências. Usar artifícios de acordo com a conveniência do caso para justificá-las, é fazer cortina de fumaça, que mais cedo ou mais tarde se dissipará revelando a verdade, que nem sempre será conveniente.