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sábado, 26 de fevereiro de 2011

Sobre partidos e ideologia.


Por mais que se oponha a uma ação do Governo, com números, estatísticas, artigos e estudos, ele sempre terá um parecer da Advocacia Geral da União em contrário, garantindo a legitimidade e legalidade desta.

Por mais que se queira, é impossível debater com um petista, com argumentos, fatos ou raciocínio lógico, pois eles repetem exaustivamente as mesmas mentiras, mesmo quando confrontados com a verdade. Mesmos quando confrontados com a Lei. Mesmo batidos pela lógica.

O PT arquitetou e executou um plano de desconstrução de Fernando Henrique Cardozo e de seu governo com perfeição. Doutrinou sua militância com cartilhas impressas com dinheiro público e polarizou o debate entre eles e os tucanos. 


Desta forma quem não é um deles é tucano. E para “destruir” os tucanos, basta seguir a cartilha. Quando encontram um interlocutor que não é tucano, o tratam como se fosse, expondo assim a farsa de sua lógica.

A política brasileira não é partidária ou ideológica, ela é personalista. A evidência disto está na montanha de legendas que compõe o quadro partidário, e o intenso trânsito de políticos entre elas. O detalhe é que são praticamente todas de esquerda. Todas socialistas. Mas é impossível encontrar um socialista legítimo em qualquer uma delas. Quem ingressa num partido político no Brasil o faz por perspectiva de carreira, na política como atividade “profissional”, ou dentro do próprio partido, como um burocrata. Ideologia é só um detalhe.


O objetivo único, e comum, de todos os políticos brasileiros é o poder e as benesses que dele advém. Não o fosse, um que fosse  ambicioso trabalharia incansavelmente para obter a credibilidade e o respeito de seus colegas para realizar seu objetivo, levasse isto o tempo que devesse levar, e não trocaria de partido com a naturalidade de quem troca de camisa, visando alcançar mais rápida e facilmente sua meta pessoal.

Os cidadãos indignados – raros - costumam debater ferozmente entre si, buscando conclusões, motivos, culpados e soluções, para os escândalos diários. Mas nada acontece. A cada eleição a história se repete, e os mesmos são eleitos. Porque pouquíssimos de seus eleitores sabem de qual partido é um José Sarney ou um Renan Calheiros. Estes eleitores apenas votam. Nada mais. Votam naquele nome conhecido que costumeiramente vem dizer o quanto está lutando e trabalhando para resolver os problemas e amarguras de sua gente sofrida, enquanto ele próprio e sua família enriquecem e se enraízam cada vez mais no campo fértil do poder regional.

A possibilidade de um cenário diferente está na educação das próximas gerações. É necessário clarear o debate e despartidarizar o ensino, expondo fatos e debatendo suas consequências. Enquanto adolescentes forem envolvidos em falácias ideológicas, propaladas com fascinante romantismo por professores que ao contrário de ensinar, praticam a lavagem cerebral, aqueles se tornarão militantes. Serão a massa de manobra necessária ao interesse pessoal daquele que ascendeu na pirâmide política. A ideologia não importa, pois para todos é a mesma e constitui apenas uma ferramenta poderosa de convencimento e manipulação.

O quadro mudará quando houver uma geração que não troque sua dignidade, seus direitos e bem-estar por uma fantasia e quatro noites de folia. Mas que também não se furte em cumprir com seus deveres.