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domingo, 1 de agosto de 2010

Francamente...


Alguns acontecimentos nas últimas semanas, infelizmente um deles trágico, reacenderam discussões e debates sobre a ética, a moral e os costumes. Vou tratar deste assunto com o máximo cuidado possível, porém não posso me esquivar dele, pois o considero de suma importância, afinal de contas sou pai de 3 filhos.

Tenho lido uma enorme quantidade de artigos e textos sobre as posturas e decisões de personagens do esporte e de profissionais de outras áreas, tomadas em situações e condições diversas diga-se, porém tratadas de forma que considero inadequada, que não contribui em nada à sociedade. Muitos tecem analogias com o chamado “Mundo Corporativo”, com a “Etiqueta Corporativa”; outros tentam dar um viés motivacional, alguns tratam apenas com o devido foco: ética.

Alguns conceitos são aprendidos na infância, no lar, no convívio com pais e irmãos, primos e amigos. É a educação básica, a meu ver, banalizada e desprezada ultimamente. Se a maioria das pessoas levasse, realmente, para o resto de suas vidas estas lições, e as aplicasse em seu cotidiano nas diversas situações, muita coisa errada não aconteceria. Não estou sendo ingênuo, e sim realista, pois a ingenuidade também pode ser usada de forma conveniente. Francamente, não vejo nenhuma diferença entre o mundo real e o chamado “Mundo Corporativo”: fofoca e mentira são perniciosas em qualquer lugar, seja no trabalho, no lar, com amigos, colegas ou família. Adulterar ou omitir informações, esquivar-se de opinar, não são atos menos danosos, em qualquer que seja o ambiente, principalmente quando com o intuito de levar algum tipo de vantagem ou tirar algum proveito de qualquer situação que seja. E isto se aprende em casa, na infância.  Ninguém precisa de MBA para saber disto.

Não me convenço com certos argumentos que andam sendo tão usados ultimamente. “O problema são as obrigações contratuais”. Não leu antes de assinar? Se leu e não concordou porque assinou? Se o contrato contrariava seus valores e suas expectativas, porque o firmou? Se abriu mão dos seus valores, porque a remuneração era tentadora, porque então brinca com a expectativa das pessoas, ciente de que mais cedo ou mais tarde terá de frustrá-las?

A vida é feita, entre outras coisas, de escolhas, e ao fazermos as nossas devemos ter a responsabilidade de arcar com as consequências. Usar artifícios de acordo com a conveniência do caso para justificá-las, é fazer cortina de fumaça, que mais cedo ou mais tarde se dissipará revelando a verdade, que nem sempre será conveniente.