Há algum tempo, conversando com um amigo, falávamos das dificuldades de se aperfeiçoar um processo dentro de uma empresa, quando seu superior não está disposto a conversar sobre o assunto. Às vezes o processo é até meio ridículo, algo simples de se fazer, que precisa ser melhorado para deixar de atrapalhar o cotidiano, porém torna-se um constrangimento ouvir aquele “não” antes mesmo de você conseguir explicar corretamente do que se trata. Para quem está começando na carreira, é voluntarioso e não possui certa malícia (detesto este termo) é frustrante e desmotivador.
Tive uma péssima experiência quando sugeri substituir as impressões convencionais, em papel, por digitais, no formato PDF, de uma parte de um processo burocrático, que seria auditado futuramente. Não consistia em nada muito complicado. Os programas para executar a tarefa já estavam disponíveis nos computadores da empresa, ou seja, não havia nenhuma necessidade de investimento, e o espaço que aquilo ocuparia no servidor de dados da empresa era insignificante. Fiz a sugestão numa reunião com outros gerentes da empresa, para aproveitar a disponibilidade da diretoria, coisa simples, didaticamente explicado em dois minutos, mais que suficientes para entender a proposta. Ouvi um sonoro “NÃO” como se estivesse dizendo a maior heresia imaginável.
É um fato impressionante, e testemunhei isto em várias empresas, como alguns gerentes e diretores não têm consciência da própria estrutura que a empresa oferece e acabam desperdiçando idéias e complicando o que é fácil. Quando se trata de colaboradores do nível operacional, é compreensível. Quando se trata de vendedores, é até natural a maioria não conhecer muita coisa sobre tecnologia e informática, ficando dependentes da ajuda de colegas para algumas tarefas. Mas quem precisa tomar decisões tem que conhecer a estrutura onde trabalha. Interagi com diretores que não conheciam programas e ferramentas básicos, que vêm incluídos no pacote Office do Windows, por exemplo, com total capacidade de resolver problemas corriqueiros da empresa.
Em grandes empresas, multinacionais, ocasionalmente as informações e conhecimentos se perdem na imensa estrutura e acabam por demorar em demasia para surtir os efeitos e soluções esperados. Nas pequenas e médias empresas, muitas vezes, olha-se com desconfiança para soluções ou inovações que poderiam contribuir em muito para os resultados, e fica-se paralisado, sem saída, amarrado muitas vezes por algo banal.
Ainda existem muitos profissionais, principalmente na área de vendas, altamente resistentes em aprender a lidar com a tecnologia e a informática. Olham para estas ferramentas como se fossem monstros sanguinários, prontos a devorá-los. Isto não tem mais cabimento hoje em dia, com a fartíssima oferta de cursos disponíveis no mercado para quem está disposto a gastar algumas horas por semana aprendendo algo novo e útil.