A corrupção é uma das maiores mazelas de uma sociedade, em qualquer país do mundo. Não é exclusividade nossa, mas viceja no Brasil de forma escandalosa. Não passa uma semana sem que tenhamos novas notícias dando conta de casos cada vez mais escabrosos e chocantes. Corrupção não é patrimônio de apenas um partido político. É de todos. Todos tem pelo menos alguns quadros envolvidos em tramóias e negociatas, ou respondendo a processos no STF.
O atual governo institucionalizou a corrupção. Pôs ordem neste caos. Se a notícia for divulgada na imprensa, basta negar, que o denunciado encontrará amparo. Não é necessário se preocupar com nada. Basta negar veementemente. A máquina estatal, em conjunto com a "mídia oficial", sustentada pelo dinheiro do contribuinte, cuidam do resto; da defesa com os melhores e mais caros advogados, do sumiço de provas e testemunhas, da desqualificação dos acusadores, providencia-se uma investigação fajuta que não apura nada e cuida tambem do constrangimento dos denunciantes, numa interessante tática de subverter a lógica e os fatos, tranformando o legítimo numa infâmia, em mera difamação.
Por fim à esta mazela é sonho de muitos e objetivo de poucos. Revoltamo-nos ao ver políticos envolvidos nestes descalabros, mas esquecêmo-nos de que o funcionamento é mais complexo. Políticos não se corromperiam se não houvesse uma rede de interessados nisto. Sempre mencionamos senadores, deputados e vereadores. Nos revoltamos com prefeitos, governadores e principalmente com o Presidente da República. Mas comumente escapam da revolta, juízes, promotores, desembargadores, advogados, jornalistas, empresários, funcionários públicos de todos os escalões e cidadãos que adoram levar uma vantagenzinha. Há poucos dias, na fila do banco, ouço a conversa de dois "compadres", onde um dizia, sem constrangimentos, que pediria a um deputado eleito, uma "boquinha" para o filho caçula, que ainda não tinha se "acertado na vida". Cidadão de respeito este, não? E quantas histórias semelhantes somem no cotidiano, sem notarmos.
Muito se escreveu ultimamente sobre a sociedade estar "entorpecida", "anestesiada" em relação o que vem ocorrendo nestes últimos anos. Estaria realmente anestesiada?